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Postado em 24 de Maio de 2016 às 14h26

Raiva e comida: que relação isso tem?

A raiva é uma emoção natural que gera um impulso ou reação para lutar. Ocorre diante de uma ameaça simbólica ou real à nossa auto estima , dignidade. Quando recebemos tratamento indelicado, quando nos sentimos injustiçados, quando um direito nosso é desrespeitado ou não o reivindicamos ou, ainda, quando não conseguimos dizer “NÃO” na hora oportuna a uma solicitação que não poderíamos atender.
No processo de educação, a escola, a família, a religião mostram como “é feio” expressar esta raiva.
“Educação” para uns, “virtude” para outros, aprendemos a “engolir” a raiva, o que tem enorme custo. Raiva interiorizada passa a nos deprimir. Quando rompemos um relacionamento substituímos a raiva pela culpa. Diante de um apelido indelicado a menina não expressar a raiva, mas sente-se humilhada.
A raiva desencadeia os mesmos mecanismos fisiológicos do stress : cansaço, dificuldade de dormir oi manter-se acordado, impulso contido para a luta...fome !
Além disso, quando não conseguimos expressar adequadamente a raiva, podemos voltar ao estágio primário, onde a raiva era atenuada pela...comida. Comer, relaxar...
Agredir, puramente, aumenta a culpa e não tem efeito sobre nossa auto-estima.
Omitir provoca bloqueio da mesma e, que por si só, promove realimentação da raiva.
“Dar porrada” ou “engolir sapo” podem levar à comida... O que fazer?
É fundamental que desenvolvamos assertividade, que pode ser definida como a comunicação adequada das emoções, sem ansiedade. A comunicação do descontentamento com o fato, com a situação, com o comportamento que provocou a raiva. A comunicação assertiva envolve a afirmação dos próprios direitos e expressão de pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, honesta e apropriada que não viole o direito das outras pessoas.
Assertividade é uma habilidade a ser exercitada. É um tremendo facilitador em nossos relacionamentos e a única solução para expormos sentimentos, direitos, limites. O comportamento assertivo melhora nossa auto-estima e evita a ruminação e a agressividade. Evidentemente, nos levará a comer menos...
O trabalho de assertividade merece capitulo a parte dentro de uma psicoterapia, especialmente quando visa emagrecimento. Como fomos educados para “sermos bonzinhos”, “darmos o outro lado” ou “darmos pancada”, HABITUALMENTE NÃO SOMOS NATURALMENTE ASSERTIVOS. Por isso é UMA COMPETENCIA A SER DESENVOLVIDA!
G. 27 anos sempre foi filha submissa. A “boazinha” da casa. Aquela que fazia “tudo para o bem dos irmãos”, que “compreendia” as divergências dos pais. Casou-se e manteve a mesma linha de conduta em relação ao marido. Três anos depois, separou-se e voltou a estudar. A posição familiar era de resistir ao seu progresso. Na medida em que se submetia comia ansiosamente e engordava. Todos os relacionamentos tinham um denominador comum : seu excesso de disponibilidade. No tratamento psicoterápico passou a trabalhar estes aspectos comuns: não posicionamento, excesso de disponibilidade, submissão, auto desvalorização. Quando passou a se posicionar, sentiu a estranheza das pessoas que a cercavam e que se acostumaram a vê-la submissa. Pouco a pouco, na medida em que trabalhava a raiva reprimida, expressava sentimentos, resgatava a individualidade e reivindicava os próprios direitos, a fome emocional foi desaparecendo e seu peso baixando de “dentro para fora”. O posicionamento assertivo dava-lhe novas formas de expressão de sentimentos, que outrora iam para a comida.
Sendo para emagrecer ou para ter saúde psicológico, ser assertivo é um direito e um dever de você para com você mesmo e para com os outros. Lembra daquela frase que diz: os outros só fazem com você o que você permite que façam? Então, a decisão é sua.
Se tiver dificuldade, busque ajuda e orientação de um psicólogo capacitado.

Por Ieda Dreger. 

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