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Postado em 25 de Maio de 2016 às 09h15

Gracidez e adolescência

A adolescente grávida não é um problema exclusivo dos dias atuais. Nossas avós casavam-se com 15 ou 16 anos e tinham vários filhos, porque era para isso que casavam. Ou seja, formar uma família grande e feliz. O que preocupa nos dias atuais é a gravidez indesejada na adolescência. Elas surgem quase como um “efeito colateral” de sexo entre adolescentes, os quais, pela própria imaturidade, nem sempre têm condições de avaliar e assumir os riscos e as conseqüências de uma vida sexual.

O problema da gestação indesejada entre os adolescentes passou a ter uma importância maior a partir da década de 60. Houve uma revolução dos costumes, surgiu a pílula anticoncepcional e com ela uma maior liberdade sexual, e as mulheres passaram a perceber que poderiam se realizar em outras atividades também, não somente no papel de mãe. Não podemos esquecer que na época, maior liberdade sexual era também maior transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, porque pouco se falava sobre o assunto e as pessoas não se preveniam.

Há muitos fatores que podem ser apontados como contribuição para que a sexualidade hoje esteja tão “em alta”, como: o abuso da sensualidade na televisão e nas músicas, um crescimento rápido das cidades que mudam os valores, estrutura e dinâmica das famílias e outros.

Mas nas últimas décadas as mudanças foram grandes na sociedade e cultura, o que acabou estimulando, principalmente as jovens, a iniciarem uma vida sexual ativa mais cedo. No entanto, essas mesmas mudanças de sociedade e cultura que incentivaram a mudança, não prepararam o adolescente para a vida sexual consciente. Isso, outra vez, fez crescer o número de doenças sexualmente transmissíveis e de gestações indesejadas.

É importante lembrar que uma vez grávida, a adolescente tem três soluções possíveis e todas elas trazem problemas, ou seja: pode abortar, pode casar por conveniência ou ser mãe solteira adolescente.

O aborto no Brasil ainda é proibido, assim, abortos clandestinos trazem grandes riscos fora a questão psicológica para a adolescente. Casamento por conveniência freqüentemente acaba com separação e grandes frustrações ou leva a um convívio infeliz. Ser mãe solteira adolescente é uma situação que leva a muita insegurança e angústia.

É importante ressaltar que casamento e ser mãe solteira levam a inúmeras mudanças, não tanto na gestação, mas com o nascimento da criança. A vida da menina-mulher passa por grandes transformações, desde a questão do estudo, até saídas com amigos, preparo de profissão, dente outros.

Não podemos ainda esquecer que, o filho socialmente indesejado muitas vezes é abandonado e mal-tratado e que isso é causa, também, de mortalidade infantil e de delinqüência juvenil.

Outro ponto a ser lembrado é que a gravidez não “segura” namorado. E se segura é por um tempo apenas. As pessoas devem ficar juntas quando querem e não quando “devem” ou “precisam”.

Soluções? Não é preciso reprimir a sexualidade no adolescente, mas instruí-lo, prepará-lo para o seu exercício. Para que possa perceber o sexo como algo bonito, bom...Mas que também pode trazer conseqüências desagradáveis.

Se você não sabe como fazê-lo, procure ajuda. Não deixe o adolescente sem instrução por ter vergonha de falar sobre o assunto. A responsabilidade também é sua.

Por Ieda Dreger

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