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Postado em 23 de Maio de 2016 às 17h30

Separação... perdendo alguém que você ama

Divórcio é sempre uma perda: dos sonhos, das fantasias, do” juntos pra sempre”. Isso tanto para quem toma a iniciativa quanto para quem precisa acatá-la. Toda perda nos exige muitas tentativas de novas adaptações. Por isso mesmo a perda é uma experiência estressante e que pode levar a quadros de depressão, ansiedade, abuso de álcool e drogas, raiva, etc.
No caso de divórcio ou separação, o grau de dificuldade é maior quando há filhos, porque é um casal que deverá continuar se encontrando, não há como romper definitivamente.
Perder tira as pessoas da linha de equilíbrio, perder leva ao sofrimento emocional. Perder dinheiro, bens materiais (porque as vezes representam a vida da pessoa) mas principalmente perder pessoas. Por exemplo, a pessoa que perdeu sua casa em detrimento das chuvas, é a perda da referência desta pessoa, o porto seguro, o lugar de acolhimento. Esta pessoa terá sua vida desequilibrada, de forma semelhante a quem perde uma pessoa.
Quando falamos em perder pessoas estamos falando de todo tipo de perda, da pessoa que você perdeu por morte, por mudança, por opção, etc.
As perdas nem sempre acontecem por forças externas, muitas perdes acontecem por sua opção mesmo. Por exemplo, quando você perde alguém porque precisou sair do relacionamento, dificilmente um relacionamento acaba com total certeza das partes de que é isso mesmo que deve acontecer. Os relacionamentos acabam porque uma parte deste relacionamento estava doentia, prejudicial. Claro que sempre existe uma parte que era gostosa, era bom estar com a pessoa, mas quando esta parte fica pequenininha demais o sensato é sair deste relacionamento. No entanto a cabeça da pessoa fica sempre apegada aquele pedacinho do relacionamento que era bom, era o chocolatinho que uma vez ele te trouxe e você achou isso tão doce, foi aquele gesto de pegar um copo d’água no momento que você precisava tanto, etc. Mas isso fica muito pequeno quando você é traído, por exemplo, ou é maltratada nas outras 23 horas do dia, aí chega a hora de se despedir dessa pessoa. É sempre uma perda a dor da separação.
Existem muitos tipos de perdas. Nós perdemos continuamente em nossa própria vida, perdemos a infância, quem é que não tem saudades da infância. Precisamos deixá-la pra trás pra entrar no ensaio da vida adulta que é a adolescência. A perda de um estilo de vida com a aposentadoria. Já surgiu uma nova problemática que é a síndrome da esposa do marido aposentado. Esta nova fase é difícil, a esposa perde seu castelo porque esse terreno que era todo dela, sua casa, agora tem que compartilhar com o marido que também dono desta casa, mas que, agora aposentado, fica pelos cantos fazendo coisinhas, sujando espaços, tentando arrumar a porta e descobrindo que não sabe arrumar a porta. Para ele essa é sua nova diversão, e para ela seu novo inferno.
Perder sempre é difícil, mesmo perder coisas ruins. Deixar pra trás um marido que só trazia transtorno nem sempre é aquela felicidade toda, pois é a perda de uma rotina conhecida.
Como se dão as fases da perda? Geralmente a primeira é a hora do choque, é aquele momento onde as pessoas dizem “não caiu a ficha ainda”. Depois vem o protesto, onde a pessoa fica com raiva, ela tenta recuperar a pessoa perdida, A terceira é o desespero, quando a pessoa reconhece finalmente a perda, reconhece a impossibilidade de volta, aquela pessoa que partiu não volta mais, e isso é desesperador. E por fim a última, a recuperação, a tristeza dá lugar pra sentimentos mais positivos, ela vê o que pode fazer para viver bem esta vida nova que ela terá, que coisa pode fazer por si mesma, talvez aprender alguma coisa com a pessoa que se foi, talvez cuidar melhor da saúde, não entrar em situações arriscadas, e com isso a pessoa aceita.
Eu gosto muito de frisar o que é aceitação. As pessoas confundem aceitação com conformação. Não, aceitar não é se conformar, não é passar a gostar do que aconteceu, não é concordar com o que aconteceu. Aceitar é combinar com você mesmo que você não vai mais entrar nessa briga interna a respeito do acontecido e vai tocar a bola pra frente.
Por exemplo, perdeu o namorado,( marido, esposa, namorada), a relação terminou, por você ou pelo outro, doeu muito, ok. É preciso levar a vida adiante.
Percebemos que a pessoa aceitou essa ruptura na hora que ela deixa essa outra pessoa prá trás e vai tocar sua vida, vai trabalhar com gosto porque ex (marido, mulher, namorado, namorada) não tem nada a ver com seu trabalho, trabalho é outra parcela da sua vida que não merece ser contaminado pela dor desta. E quando você aceita esta perda você não passou a gostar do que aconteceu, é como que se você tivesse combinado com você mesmo que você não vai mais entrar nessa de deixar sua vida cair toda num buraco porque uma relação terminou, você vai combinar com você mesmo que sua vida é mais do que uma pessoa nela, sua vida tem lugar pra muitas pessoas, e nem falo de muitos namorados não, também, mas falo de pessoas de todos os setores da sua vida.

Por Ieda Dreger. 

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