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Postado em 24 de Maio de 2016 às 10h38

Casais com infertilidade, como ficam?

Vivemos numa sociedade em plena mutação de valores e de hábitos. Atualmente o casamento e a gestação de um filho passam a ser coisas que podem ser pensadas separadamente, denunciando uma nova ordem social e moral; os valores são questionados todo o tempo e tornaram-se mais flexíveis. A mulher primariamente educada a casar e constituir família como prioridade, incluiu em sua vida outros objetivos, ampliando seus horizontes. O sucesso profissional e a independência financeira não são mais atributos, ou necessidades apenas masculinas. Somadas a essas mudanças sociais, a maturidade, um importante atributo da evolução emocional, estimula que os casamentos, ou as propostas de uniões estáveis, sejam cada vez mais planejados e consequentemente, realizados mais tarde.
Pensar mais sobre os próprios interesses e objetivos tornou a gravidez um ato mais cuidadoso, assumindo claramente um caráter de escolha, agora não mais apenas para o homem, mas também para a mulher. Como tudo que podemos escolher a decisão de ter ou não um filho torna-se um entre tantos outros objetivos a ser alcançado, e sua prioridade depende das características pessoais de cada homem e cada mulher. A mulher redimensionada em seu papel social revê suas necessidades e possibilidades postergando esta escolha. A questão é que fomos educados para sermos férteis. Nossa sociedade não está preparada para a possibilidade de infertilidade, simplesmente porque a idéia era improvável para uniões de jovens casais. Portanto, neste panorama, a infertilidade surge para muitos como uma surpresa, um pesadelo, nunca antes imaginado.
Com o passar da idade biologicamente mais fértil, as possibilidades naturalmente diminuem e as chances caem a cada ano. Somam-se a essas dificuldades os problemas de infertilidade que podem variar muito entre homens e mulheres. Deparamo-nos com uma nova realidade e novas frustrações. Os tratamentos para infertilidade são muitos hoje em dia e se relacionam a medicação diária específica, controle rigoroso do ciclo menstrual, acompanhamento médico entre outros. Trata-se de um processo dispendioso não só financeiramente falando, mas emocionalmente. O aspecto emocional se relaciona a altos e baixos protagonizados por uma gangorra de esperanças e frustrações. A espera, a dúvida, o medo que assola durante a incerteza do resultado e as fantasias que aparecem tornam o processo mais penoso. Um furacão de questionamentos surge em meio da angústia de uma nova decepção. Muitas vezes a relação conjugal se abala, causando brigas e separações. Existem casais que não conseguem superar todo tipo de acusações mútuas que surgem, principalmente quando são veladas.
Então como lidar com tudo isso? Acima e tudo é essencial que exista um desejo muito forte de ambas as partes em gerar um filho, e que seja uma escolha clara e consciente. É importante se informar sobre o processo e sobre as próprias possibilidades e chances de sucesso. É fundamental que o casal esteja assessorado médico especialista no tratamento de infertilidade - e por um psicólogo especialista no tratamento de pessoas com esse problema. O suporte emocional neste momento não é algo descartável ou menos importante como alguns podem pensar, pois quando falamos de fertilidade estamos nos referindo a toda visão de si mesmo que construímos durante toda uma vida e que de repente simplesmente cai por terra, trazendo um forte sentimento de impotência e insegurança. Da mesma forma a visão do outro, daquele que você ama também se modifica, por que muitas vezes o problema é desconhecido até então. É importante que o casal esteja muito consciente e decidido sobre a importância e a delicadeza desse processo para que possa superar junto as dificuldades. A ciência conhece ainda muito pouco, mas já o bastante para trazer essa alegria, esse milagre da vida até àqueles que já estavam sem esperança. Portanto, não desista antes de ter decidido junto com seu cônjuge verdadeiramente por isso.

Por Ieda Dreger. 

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