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Postado em 25 de Maio de 2016 às 09h13

Erotização infantil, como lidar?

Durante anos, grupos de axé formados por um vocalista e bailarinas vestidas com pouquíssima roupa e altas doses de sensualidade na coreografia eram garantia de legiões de espectadores. De alguns meses para cá a coisa piorou, e muito: o funk que tomou conta dos meios de comunicação com letras de música absolutamente impróprias para crianças, vulgarizando o sexo e banalizando a relação afetiva entre homem e mulher.

A atitude vigilante dos pais frente ao exagero mostrado na TV é o caminho correto para educar a criança e desenvolver seu senso crítico. Erotização não é privilégio dos grupos de axé ou funk: está na vida dos pequenos, no relacionamento dos adultos e no que a sociedade prega.

É imitando os pais que os filhos aprendem a falar, a andar e a se comportar. Quando o universo deles se expande, por meio das escolas, festas, televisão, música e amigos, os modelos de comportamento bons e ruins começam a interferir na educação que receberam. Quando são bem estruturados, eles aprendem a separar o joio do trigo. Segundo Andréia, mãe de Felipe, de cinco anos, que desde cedo estimulou o filho a assistir aos programas infantis da TV cultura, percebe que o menino, ao contrário de seus amiguinhos, demonstra total desinteresse por tudo o que foge à programação inadequada para a sua idade.

A sexualidade atinge a meninada desde cedo, mas o que deflagra a excitação muda de criança para criança. A construção de troca afetiva, que se traduz no beijo na boca, nas carícias mais íntimas, nas cenas de sexo a que a programação televisiva os expõe, deve ser cuidadosamente monitorada para que eles não recebam estímulos que não tenham condições de entender.

O conceito que os pequenos terão de seus futuros parceiros dependem muito do que eles aprenderem desde bem cedo: se o menino pequeno vê seu modelo, o homem adulto, referir-se a mulher de forma agressiva e desrespeitosa pensará, provavelmente, que esta é a forma correta de agir. A menina mal orientada, por sua vez, corre riscos de vir a se portar como as dançarinas que vê na televisão, assumindo posturas de mulher feita, utilizando o corpo para conquistar seus objetivos.

Os resultados da erotização precoce são desastrosos. Relacionamentos fracassados pela falta de respeito mútuo e pelo pouco cuidado com afeto são apenas alguns deles. Envolver a criança nos valores da família é a chave para uma boa estruturação moral e ética. A maneira como a criança vê a sexualidade dependem muito de como os pais se posicionam a respeito.
Não há dúvida de que abandonar a criança em frente à televisão é uma conduta condenável. Se os pais se derem ao trabalho de selecionar a programação, estarão demonstrando carinho e preocupação pelos filhos, ensinando a eles o que é bom e o que é ruim.

Quer dizer, então, que a responsabilidade é todinha dos pais? Não. A mídia também precisa assumir o seu papel, colaborando com uma programação educativa e de qualidade. Uma pesquisa feita em São Paulo, mostra que ninguém quer a volta da censura, mas sim a conscientização dos responsáveis pela programação televisiva, levando em conta o compromisso com a cultura e a formação dos indivíduos.

O importante é que você saiba o que seu filho está fazendo durante o dia para que você tenha formas de verificar o comportamento dele. Se você perceber que alguma coisa está inadequada procure um profissional especializado que possa lhe ajudar.


Por Ieda Dreger. 

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