CATEGORIAS

Aba 1

Postado em 31 de Maio de 2016 às 11h17

Madrasta sofre menos quando assume seu papel. Não adianta bancar a substituta da mãe e nem a melhor amiga

Ieda Dreger | Psicóloga Se por um lado a imaginação das pessoas propagou a fama de má da madrasta, por um outro lado mais realista, essa mulher costuma penar na nova casa. Um de seus dramas mais comuns é ter que...

Se por um lado a imaginação das pessoas propagou a fama de má da madrasta, por um outro lado mais realista, essa mulher costuma penar na nova casa. Um de seus dramas mais comuns é ter que enfrentar a rejeição que sofre por parte dos enteados. Em geral, ela assume uma dessas duas estratégias: a de repetir os mesmos hábitos da mãe das crianças, (que a faz ser desaprovada por estar competindo com a ex-mulher do marido),  a outra postura costuma ser a de tornar-se a melhor amiga do filhos, colocando-se no mesmo patamar deles. Só que aí ela compete com as crianças pela atenção do marido e, mais uma vez, é renegada. Diante das tentativas frustradas , as questão que ficam são: como formar uma família em harmonia diante de tantos conflitos? Para os especialistas, a melhor saída é que a madrasta assuma a sua verdadeira posição, a de ser a esposa do marido.

O número de mulheres que precisa enfrentar o desafio de ser aceita pelos filhos do parceiro só tende a crescer. As estatísticas mostram que as madrastas estão cada vez mais presentes nos lares brasileiros. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres solteiras que se casam com homens divorciados cresceu cerca de 60%, o que demonstra que este é um dos novos perfis da família brasileira.

Há um livro bastante bacana escrito por Roberta Palermo, que chama "100% Madrasta: Quebrando os Preconceitos" (Integrare Editora).

Parte do processo de convívio saudável entre madrasta e enteado é que ambos os lados compreendam que as famílias reconstituídas passam pelos mesmos conflitos que as famílias biológicas, de acordo com as fases de vidas de seus componentes. O agravante nesta situação de reconstituição está nas expectativas internas de cada membro, baseada no mito do amor incondicional dos pais. Por isso, cultivar a harmonia e o afeto através do diálogo costuma ser a melhor solução.

São vários - e complexos - os fatores que interferem na relação madrasta e enteados. A rejeição por parte das crianças normalmente se dá por rebeldia e por causa da interferência da mãe biológica, que tenta usar seu poder de persuasão para convencer o filho de que a madrasta foi a culpada pelo fim do casamento.

Já por parte da madrasta, os conflitos com a ex-esposa e a insegurança são as causas mais comuns. Entre os motivos que influenciam a relação com os filhos do marido estão a raiva e o ciúme da ex-mulher, falta de vínculos afetivos com a criança, medo de não conseguir conquistar o amor dos enteados, dificuldade em impor sua autoridade e receio de se tornar chata e perder o marido.

A filósofa Fernanda Carlos Borges, autora do livro "A Mulher do Pai" (Summus Editorial), defende a participação mais intensa e independente da madrasta na criação dos enteados. Segundo ela, a madrasta não deve ser a sombra do pai já que os homens não são atentos ao ambiente emocional doméstico como as mulheres.

A orientação é colocar ordem na casa sem medo de passar pela chata. Essa mulher está entre os adultos responsáveis pelas crianças e, portanto, tem o dever de educar.

Aconselho a atuação presente das madrastas na vida dos enteados, porém, de comum acordo com o pai das crianças, porque se as coisas não vão bem, ficam ainda piores quando o pai desautoriza a madrasta na frente das crianças. Segundo as experiências expostas na Associação das Madrastas e Enteados-AME, (sim,existe uma associação) o grande dilema da nova madrasta é educar o filho da ex-esposa sem poder repreender ou questionar atitudes erradas em função da super-proteção dos maridos, que se sentem culpados e as desautorizam. Por isso, é importante combinar tudo, desde a hora de dormir e a das refeições até se pode ou não colocar o pé no sofá.

A seguir, confira as dicas das especialistas para enfrentar a rejeição e assumir o papel de nova esposa do pai sem precisar bancar a substituta da mãe ou a melhor amiga dos enteados:

  • Não fale mal da mãe na frente da criança. Mesmo que a relação com a ex-mulher não seja boa, contenha-se. A criança é sempre fiel aos pais
  • Não seja a boazinha de plantão. Como todo mundo, você pode ser chata em alguns momentos e legal em outros.
  • Não estimule provocações. Se a criança diz que a comida da mãe é melhor do que a sua, não crie atrito e mostre-se interessada no que ela tem a dizer, isso a fará se sentir querida por você ou ao menos, ela irá perceber que você não está ali para causar confusão. Não tome isso como uma ofensa pessoal, pois a rebeldia é contra a situação, não só contra você.
  • Ciúmes entre filhos (as) com pai ou mãe é muito natural. A ideia é não entrar no embate e na disputa de atenção. Quanto maior for sua receptividade, mais facilmente você conseguirá seu espaço.
  • Conquiste seu espaço. É importante que cada par - pai e filho, madrasta e enteado ou o casal - tenha seus momentos a sós para fortalecer vínculos e evitar ciúme.
  • Se você tem uma relação amistosa com a mãe da crianças, vá à festinha da escola, participe de cada fase da vida dos enteados e demonstre carinho, pois essas são sempre excelentes atitudes a serem tomadas para viver sem crises. Caso o relacionamento entre vocês seja muito harmonioso, participe de uma maneira que não invada o espaço da mãe biológica. Que tal uma festinha surpresa em casa, só entre vocês?
  • Jamais bata na criança. Mesmo que os pais usem esse recurso, as crianças e a sociedade não têm a mesma capacidade de entender essa atitude quando parte da madrasta.

Por Ieda Dreger.

Veja também

Você sabe dizer não?24/05/16 Se não sabe, está na hora de aprender! Poucas são as pessoas que têm facilidade de dizer não quando alguém lhes pede alguma coisa. Por receio de parecerem egoístas ou grosseiras, elas seguem deixando-se sobrecarregar por não sentirem-se capazes de dar uma boa razão para sua recusa. Aprender a dizer não, entretanto, é essencial para o......
Medo de errar24/05/16 Todos nós, algum dia, já tivemos medo de errar, de tomar alguma decisão e mais tarde chegar à conclusão de que ela não foi a decisão mais acertada! Mas existem pessoas que têm verdadeiro pavor de......
Reacendendo a chama sexual depois dos filhos24/05/16 Antes de nos tornarmos mães e pais, muitos de nós ouvimos longos discursos a respeito das alterações que ocorrem em nossas vidas depois do nascimento dos filhos. Mas como a teoria é muito diferente da prática, antes......

Voltar para (Blog)


Uso de Cookies

Nós utilizamos cookies com o objetivo de oferecer a melhor experiência no uso do nosso site. Ao continuar sua navegação, você concorda com os nossos Termos de Uso.