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Postado em 24 de Maio de 2016 às 15h11

Falta de desejo feminino, você conhece?

Tenho recebido (em meus site) muitas perguntas sobre as disfunções sexuais femininas. Em meu consultório, muitos casais vem em busca de soluções para diferentes problemas nesta área, então, vamos conversar um pouco sobre o assunto.

Hoje vou escrever um pouco sobre inibição do desejo sexual feminino.
Não são apenas as mulheres que buscam compreender a falta de desejo sexual feminino, muitos homens buscam terapia sexual com suas parceiras a fim de ajudá-las.

Importante iniciarmos a explanação pela questão histórica. Desde crianças, a educação para meninos e meninas é diferente. Aos meninos é solicitado que “mostrem o pintinho”, às meninas é pedido que “fechem as pernas, as calcinhas estão aparecendo”. Na adolescência o garoto que sai com várias meninas é “o pegador”, idolatrado por tal façanha. A garota, se sair com vários meninos é tida como “fácil”, “galinha”, “não é pra casar” e assim por diante.

Na maioria das vezes, no que tange a educação, é passada de forma implícita, que as mulheres precisam satisfazer seus companheiros (sexualmente falando) pois correm o risco deles procurarem outras. Então, além de ao homem tudo ser permitido, ele ainda encobre suas saídas paralelas, quando elas acontecem, culpando a mulher, com frases do tipo: “ela deixou uma brecha”, “ela não fazia na cama o que eu gosto“, “homens tem necessidades diferentes das mulheres”, e coisas do gênero.

Bom, se as mulheres precisam satisfazer os desejos masculinos, que espaço elas têm para pensarem nelas mesmas?Ninguém é unicamente responsável pela satisfação de outra pessoa. Algumas pessoas inclusive gostam de salientar que o sexo deve ser algo egoísta, que cada um deve pensar em si.

O que, na verdade acontece, é que como os homens tem uma educação mais livre e permissiva para falar e viver sua sexualidade, para eles sexo é uma coisa mais natural. É bom pensar em sexo como prazer.

A mulher, quando vai falar de desejo, que tem ou gostaria de ter, a amiga já olha meio de lado, como quem questionando: “prazer? Você não quer demais eim?”.
Trabalho com mulheres que nem conhecem seus genitais. Nunca pegaram um espelho para olhar sua vagina. Tem nojo, medo. Nunca se tocaram. “Isso é feio”, dizem.

Ora, como vou poder dizer ao meu parceiro onde gosto de ser tocada e acariciada se nem ao menos eu sei? E como vou descobrir se eu mesma não permito me tocar ? Não é o outro que precisa descobrir o que eu gosto, isso não é obrigação dele, é minha. É neste sentido que digo que cada um é responsável por seu prazer, por descobrir seu prazer e depois poder trocar com o parceiro o que e como gosta.

Muitas mulheres também não desenvolvem nem fantasias sexuais. Tem medo. Ora, fantasia, como diz o nome, não necessariamente vira realidade, a não ser que os dois desejem. E fantasia sexual é essencial para a relação. Fantasia não é apenas ver filme pornô. Pode ser ler contos eróticos (podem ser encontrados pela internet), visitar uma sex-shop, ver filem erótico (não pornô), brincar com o parceiro em lugares diferentes, etc.

Como o homem é um ser visual, ele sente maior excitação no sentido chamado visão. A mulher desperta seu desejo maior no sentido chamado audição, ouvir. Por isso muitas mulheres são chamadas de tolas, porque “caem na lábia” de muitos homens. Ouvir coisas bonitas e gostosas é uma das coisas que as mulheres gostam muito. Um está certo e outro errado? Nada disso, são apenas diferenças que precisam ser compreendidas para compreendermos o restante também.

Será que subentendemos que a mulher deve satisfazer seu marido e procriar apenas? Desejo? Vontade? “Isso não é coisa de mulher”, dizem algumas.

Estamos redondamente enganadas. Isso é coisa de mulher sim. Só que enquanto não despertarmos para nossa responsabilidade para com isso, não podemos cobrar compreensão. Compreensão de que? De não ter desejo ou de não saber se tem, ou ainda de ter desejo e ter vergonha de dizer que tem.

Se você percebe que tem alguma problema nesta área, busque um (a) terapeuta sexual para lhe ajudar. Tudo tem solução, basta você querer. Viva com prazer.

Por Ieda Dreger. 

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