CATEGORIAS

Aba 1

Postado em 23 de Maio de 2016 às 17h50

Discussão de casal, quando e como parar

A grande maioria dos casais tem discussões e elas são bastante importantes numa relação. Mas existem aquelas discussões que se tornam muito agressivas, fortes e que nem trazem a tona o assunto mais importante, e sim ataques infundados e vão deixando marcas que se transformam em problemas maiores, difíceis de solucionar.
Fazer as pazes às vezes é complicado e quanto mais freqüentes os ataques de agressividade, maiores as complicações. Porque os ataques vão minando a admiração, o carinho, e desejo, a parceria, etc.
Penso que em primeiro lugar quando duas pessoas que se amam estão discutindo, há uma grande probabilidade de uma estar atacando e a outra se defendendo. Isso fica evidente em frases do tipo: “VOCÊ nunca chega cedo em casa”, “VOCÊ sempre esquece o que combinamos”, “EU sirvo apenas para fazer o que você manda”, “EU sou o único que lutar por esta relação, VOCÊ não faz nada”, etc. É claro que numa discussão ambas as pessoas querem ter razão, mas para uma primeira dica, é sempre melhor usar o NÓS. “Nós estamos cansados de brigar desta forma”, “NÓS brigamos e não chegamos a lugar algum, talvez precisemos de ajuda”, etc.
Claro que isto nem sempre é fácil, mas não é fácil manter um relacionamento, seja ele da forma que for. Qualquer relacionamento necessita de investimento e de percepções. Particularmente a percepção de ver onde cada um está errando no sentido de manter este tipo de discussão que não leva a resultado algum. Sim, porque quando acontece este tipo de discussão, ambos estão errando, mesmo que não o percebam. Falemos no exemplo do grito. Uma pessoa grita, a outra se cala. Quanto mais o outro se cala, mais a primeira grita. Os dois estão errando.
Como ninguém grita com a pessoa que ama “por acaso”, o desafio é imensamente difícil. É preciso controlar os impulsos e perceber que o sentimento deve ser exteriorizado desta forma. Mesmo que a mensagem que se quer transmitir seja “Ouve-me, por favor”. Claro que do outro lado o exercício também tem de ser feito. Quem “foge” à discussão, mostrando-se imperturbável perante os gritos histéricos do cônjuge, até pode estar tentando conter a escalada, mas, na prática, está fazendo o problema ainda maior e deve ser capaz de assumir isso.
Quando somos capazes de perceber que existem padrões comportamentais que estão impedindo-nos de dialogar com o nosso cônjuge, abre-se a porta para que possamos falar abertamente sobre o mais importante – os nossos sentimentos. Mas este não é um desafio mais fácil do que os anteriores, já que nem sempre somos capazes de expressar as nossas emoções sem cair na tentação de atacar o outro. Não podemos esquecer que as nossas feridas nos tiram o discernimento e que, por isso, não raras vezes nos sentimos dominados pelo medo e acabamos por ignorar que estamos tocando nas feridas emocionais (pontos fracos) da pessoa que amamos e, assim, contribuindo ativamente para a manutenção do ciclo vicioso.
Que emoções estão, de um modo geral, por detrás destes ciclos viciosos? Muitas vezes a tristeza e a vergonha, mas também a ansiedade, o medo de perder o cônjuge.
A partir do momento em que somos capazes de identificar os padrões que nos levam a brigas fica mais fácil ter acesso às reais emoções.Por exemplo, se a mulher for capaz de perceber que quando rejeita a iniciativa do marido para a sexualidade isso pode estar gerando nele um sentimento de rejeição mesmo, talvez ela possa trocar o “estou com dor de cabeça” para algo como: “hoje foi um dia muito cansativo e não estou com disposição...”. Falando com clareza e abertamente sobre o problema, seja ele qual for.
Quando assumimos a nossa responsabilidade na dinâmica de uma discussão e compreendemos que os nossos comportamentos (aquilo que dizemos de forma verbal e não verbal) desencadeiam no cônjuge alguns medos, torna-se mais fácil assimilar aquilo que o outro sente e partilhar a sua dor perante a rejeição.

Por Ieda Dreger. 

Veja também

Superando a perda e seguindo em frente23/05/16 1) Como superar a dor da perda de alguém? Ieda: A primeira coisa a fazer é se permitir sentir, no caso a dor. Quando perdemos alguém, ficamos frustrados, com raiva e tristes. E importante se permitir esses sentimentos sem fugir deles. Quando fugimos, estamos apenas adiando o momento da dor, e depois, quando ele pedir passagem, vem bem mais forte. É preciso parar e sentir, para se......
Acabando com as brigas constantes24/05/16 Todos os casais discutem e o conflito até é importante numa relação afetiva. No entanto, há discussões intensas, que nem sempre versam sobre assuntos importantes, que deixam marcas e que se transformam em novelos......
Problemas conjugais: você sabe lidar com eles?23/05/16 Há uma considerável lista de fatores que contribuem para os problemas conjugais, que vão desde dificuldades financeiras até a incompatibilidade de gênios. Entretanto, o que será considerado aqui é como as......

Voltar para (Blog)


Uso de Cookies

Nós utilizamos cookies com o objetivo de oferecer a melhor experiência no uso do nosso site. Ao continuar sua navegação, você concorda com os nossos Termos de Uso.