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Postado em 24 de Maio de 2016 às 11h45

A infidelidade é capaz de trazer benefícios ao relacionamento?

A todo o momento ouvimos e vemos reportagens, entrevistas, relato de vida e histórias sobre casamento, sexualidade, amor e traição.
O que é traição? Uns defendem que só olhar e desejar outra pessoa já é traição. Outros defendem que fazer sexo com outra pessoa é traição. Alguns ainda defendem que um envolvimento afetivo é que é traição. Há quem defenda que se e o outro não ficar sabendo, não há problema algum, porque “ninguém foi prejudicado”. Há ainda os que defendem que sexo e amor são coisas diferentes, portanto “transar” com outra pessoa não é problema.
Mas são estes os únicos termos em que se pode examinar a infidelidade? Ou haverá outros fatores que vão além da moral tradicional e da conveniência social? Gostaríamos de sugerir que há pelo menos três maneiras pelas quais a infidelidade pode ser desastrosa para o futuro de qualquer casamento.
 
1. Inevitavelmente, ela causa desapontamento ao outro cônjuge.
Entendemos por casamento, mais do que um estado legal, mas uma união pelo amor, onde há um comprometimento de aceitar a responsabilidade um pelo outro. O casamento inicia com a fé, onde duas pessoas se confiam uma a outra, acreditando que nenhum tentará magoar o outro e que juntos procurarão realizar-se.
O primeiro rompimento desta fé é a básica. Não é algo relacionado ao sexo e sim quando um dos cônjuges resolve afastar-se do seu companheiro em busca de outro tipo de intimidade e satisfação...E faz disso um segredo. Vai alegar que tudo o que o outro não souber não o magoará. Mas o próprio afastamento gradual sem que o outro saiba, a questão de contar a outros o que não conta mais ao companheiro presente, o mau humor em muitos momentos...São formas de demonstrar que o segredo não é um segredo. E a simples suspeita torna o outro constrangido e desvalorizado.
 
2. Encobre o verdadeiro problema
A infidelidade pode, por algum momento, aliviar os sintomas de descontentamento, mas encobre o verdadeiro mal e permite que ele aumente. Muitos casais fazem de conta que se contentam como uma situação atual e receiam falar ao parceiro o que lhes incomoda. Sentem-se embaraçados para falar de sexo ou sentem-se envergonhados de pedir auxílio e amor. Seja qual for o motivo, não se arriscam a dizer: “Escuta, estou infeliz. Há algo que está errado... estou frustrado...”. Ou seja lá o que for. Não há diálogo, e a pessoa prefere começar outra relação em vez de resolver os problemas desta, imaginando que nesta outra relação não haverá problemas. É importante lembrar que o que não resolvemos nesta relação levaremos junto para outra relação. Ou seja, é o nosso padrão de lidar com os problemas que levamos junto. E quando houver um problema na nova relação, a pessoa vai fugir de novo.
Mas as pessoas, na maioria das vezes, não procuram um diálogo franco, com seus riscos e promessas.
Uma separação sem diálogo, sem que haja uma compreensão das razões, deixa muita mágoa e uma situação muito pior do que se tivesse havido uma conversa franca.
 
3.  Tende a machucar a personalidade
O cônjuge infiel que finge que, mantendo casos secretos, está protegendo seu casamento, está enganando a si mesmo. A traição transforma a pessoa traída em inimigo, uma pessoa que trai a si mesma é sua pior inimiga.
O mentiroso também paga um preço alto por mentir. Há o sentimento de culpa, além do medo de ser desmascarado...Mas há ainda o preço biológico. Porque? Como qualquer ser humano buscamos o prazer e fugimos da dor. Contam a verdade é uma forma de procurar o prazer da intimidade. Contar mentiras é uma forma de evitar castigo e dor. Quando sentimos que precisamos mentir a alguém que confia em nós, ficamos presos naquilo que os psicólogos chamam de dilema duplo. O que quer que façamos, perderemos. E quando mentimos, em vez de nos aproximarmos, nos distanciamos. Porque tendo mentido, não pode mais falar do fundo do seu coração. Precisa censurar todos os seus pensamentos antes de falar. Isso gera uma tensão física muito grande e uma falta de relaxamento e satisfação.
É possível se livrar disso? Claro. Talvez não sem dor, mas é preciso resolver este conflito dentro de si mesmo. A fim de recuperar sua integridade emocional, precisa admitir que mentiu a si mesmo e compreender o que isso significa. É necessário ainda livrar-se da idéia de que infidelidade protege o parceiro e o casamento. Isso é uma inverdade. Dê escolhas ao outro e a si. O que nos ajuda sempre é um diálogo.
Mas o mais precioso é ser sincero consigo mesmo. Ser fiel a si mesmo. E quem é fiel a si mesmo, não esconde, possui a fidelidade do amor, não do temor; da escolha, não do acaso; do diálogo, não da mentira.
 
 Por Ieda Dreger. 

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